"Saiu no jornal..." é um blog experimental que pretende trazer crônicas feitas a partir de fatos publicados no noticiário esportivo. Formado em Jornalismo na Cásper Líbero, o autor Marcelo Braga é repórter do Diário Lance!.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
A notícia: Em sua volta ao Beira-Rio, o atacante Rafal Sóbis marca o gol da vitória do Fluminense contra o Internacional, clube que o projetou para o futebol. Na saída de campo admite que sentiu "uma dor enorme no coração" e que preferia que o gol fosse de outro.
PROFISSIONALISMO ACIMA DE TUDO
Apaixonados, namoraram por alguns longos anos. Ela romântica, cuidadosa, metódica. Ele inquieto, desbravador, sonhador. Por mais que o sentimento existisse e fosse intenso, a curiosidade por conhecer outras bocas e cabeças atordoava o garoto. Eram o primeiro amor um do outro.
Desde o início da relação, frenquentavam a "Casa Vermelha", famoso bar e restaurante da pacata cidade, local em que jovens daquela faixa etária batiam cartão para ouvir uma música que mexesse com a alma e com os corações.
Foi por ali que certa noite o rapaz trocou olhares com uma outra bela mulher. Linda, mais velha do que ele e com jeito persuasivo, capaz de convencer até um suicida a jurar amor eterno.
A caminho do banheiro, bastaram duas frases para um novo encontro ser marcado. A namorada nem desconfiou. Mas ali perdia pela primeira vez o seu companheiro.
De romance paralelo, a coisa virou aventura única. Dali, o jovem partiu para um mochilão na Espanha com a nova musa, deixando para trás tudo o que havia construído com a antiga amada.
Os anos passaram e, após todo o sentimento longe do Brasil, tudo desabou da forma como começou: de repente, sem explicações razoáveis, no impulso.
De volta à suas origens, aproximou-se do primeiro amor em uma festa e tiveram dias maravilhosos. Mas o tempo passou, muita coisa mudou. Foi um efêmero reencontro.
Em nova fuga, se apaixonou novamente, desta vez no Rio de Janeiro, por uma graciosa jovem das Laranjeiras. Tudo ia bem até uma viagem com a nova namorada a sua cidade natal, num desses feriados prolongados. O programa do sábado à noite? Um choppinho na "Casa Vermelha", ao som da tradicional moda de viola.
Um beijo apaixonado. Ao abrir dos olhos, porém, teve a visão inesperada. O antigo e eterno amor estava ali, sentado na mesa da frente, com olhares fixos no passado, sofrendo pelo presente e sem perspectiva de futuro.
Não havia o que comemorar e nem porquê sorrir. Ele pediu a conta, chamou o amor recente e partiu. Sentiu uma dor no coração. Mas o profissionalismo falou mais alto. Nada como a frieza de um amante profissional.
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