segunda-feira, 28 de maio de 2012

Autor desconhecido


A notícia: No último domingo, a fan page oficial do lateral uruguaio Fucile, do Santos, no Facebook, trouxe uma receita para se preparar gambas (camarões, em espanhol), em clara provocação ao Corinthians, rival da semifinal da Copa Libertadores. A autoria da brincadeira com o "apelido" que os rivais deram ao Timão, porém, foi logo negada por seu agente, que garantiu que terceiros têm a senha da página e fizeram a brincadeira sem a autorização do atleta. Fugiu da raia, como Neymar já fez ao ofender um juiz em seu Twitter e depois culpar "um amigo" e como fez Jucilei, também no Twitter, quando cobrou a Gaviões da Fiel pela perda do Carnaval e depois culpou um hacker.

AUTOR DESCONHECIDO

Era algo descarado. Conhecedor dos horários dela, Joca se encostava no muro de sua casa minutos antes de ela passar pela rua. Dali, do alto de seu palco branco, observava todo aquele caminhar. Desde a virada na esquina superior até a entrada no portão dela, a apenas dez casas da sua, na Alameda dos Sabiás.

Miriam, que não era ingênua, já havia notado. Todos notavam, aliás. O bairro inteiro captava os sentimentos do rapaz. De sorriso doce, cabelos longos e olhar fuzilador, a mestiça era mesmo de hipnotizar.

Acontece que, certo dia, todos viram também quando aquele muro que o sustentava na arte de bisbilhotar sua musa amanheceu pichado. Do carteiro ao vendedor de livros, do vizinho da frente aos transeuntes da via, todos leram a declaração:

"Mesticinha, mesticinha. Há um muro que nos separa, mas um dia serás minha."

Todos leram. Inclusive Pedrão, caminhoneiro e namorado de Miriam que, chegado a uma briga, foi tomar satisfações. Amedrontado pela fúria do chucro brutamontes, Joca o atendeu ao bater de palmas, mas se defendeu dali de cima, de trás do muro, blindado em sua fortaleza.

- Não fui o autor disso aí. Não tenho nenhuma expliação a dar - dizia, com voz trêmula.

- Todo mundo sabe que você fica olhando pra minha mulher. Desce aqui que vou te dar uma surra, seu moleque - ameaçava o caminhoneiro, que na estrada já havia encarado brigas sanguinolentas por muito menos.

A discussão durou vários minutos e, entre as ameaças de um e a negação de outro, foi juntando público, que salivava pelas cenas de briga "ao vivo". Que só não ocorreu porque Pedrão tinha uma entrega em outro estado para fazer. E, vendo que não conseguiria resolver a coisa naquela hora, jurou vingança e entrou na boleia, ciente de que perderia muito dinheiro em caso de atraso.

O dia seguinte foi calmo e tranquilo, mas a nova manhã reservou outra frase ao muro das expectativas.

"Mesticinha, minha amada. O sentimento verdadeiro é o que fica. E não o que pega a estrada."

À tarde, antes mesmo de se posicionar no muro para vê-la passar, Joca ouviu palmas em frente ao seu portão. Do lado de fora, Miriam sorria e pedia para entrar. Ali, conversaram sobre o sentimento que brotava e, entregue a ele, ficaram juntos até a manhã seguinte.

Ao acordar ao lado daquela mulher tão desejada, Joca beijou-a no rosto e foi até uma loja de tintas. Munido de pincel e uma lata branca, apagou a última mensagem e, com um spray, rabiscou:

"Obrigado, desconhecido pichador. Que ao acreditar ser poeta se saiu um cupido do amor."

Daquele dia em diante, todos os apaixonados do bairro pintaram o seus muros de branco e ficaram à espera de versos que pudessem, enfim, engrenar seus casos de amor mal resolvidos.



quarta-feira, 7 de março de 2012

A notícia: O Palmeiras faz campanha entre seus torcedores para arrecadar dinheiro para a contratação do volante Wesley, do Welder Bremen (ALE). A prática se chama crowdfunding e costuma ser usada por artistas em início de carreira ou produtoras de filme para lançamentos de obras, fazendo uso de doações. O clube busca cerca de R$ 21 milhões. Arrecadou apenas cerca de R$ 400 mil até o momento.



DOAÇÃO E RECOMPENSA

Eram cinco e inseparáveis amigas. Juliana, Marcela, Roberta, Paula e Bianca. Unidas pelo humor, pelas brigas, pela confiança, pelo álcool e por todas as demais coisas que cercam uma amizade.

Parceiras de festas e baladas, porém, nem todas se davam bem com o mundo masculino. Sempre que saíam juntas, uma delas acabava encalhada. Era Bianca. Aos 30 anos, não era do tipo de mulher que chama a atenção dos homens de primeira. Retraída e um tanto quanto desajeitada, os afastava na sua incapacidade de se comunicar.

Até que, certo dia, Paula trouxe uma ideia que havia lido em um fórum de uma rede social. Por um certo valor,  já era possível contratar o namorado dos sonhos via catálogo de internet. Não um michê, desses que passam a noite com senhoras de idade para satisfazê-las sexualmente e arrancar delas os dólares de seus maridos. Mas homens "de família" mesmo. Com trabalho fixo, casa própria e tudo mais.

Empolgadas, juntaram suas economias durante alguns meses e, no aniversário de Bianca, a presentearam com José Antônio. Empresário divorciado, tinha 37 anos, duas empresas em seu nome, casa em condomínio fechado e carros daqueles vistos só em revistas. Ainda jovem, dedicava três horas de seu dia à malhação pesada e a outros esportes. E ainda era gentleman.

Contratado, ocupou o posto aberto no coração de Bianca e, como previsto no contrato, era o melhor namorado que uma mulher poderia ter. Encantada, ela contava suas experiências sexuais e sua nova condição de vida às amigas: viagens ao exterior, presentes caros, empregadas, vida de rainha...

Conversa que, a partir de um certo ponto, começou a incomodar o quarteto. Afinal, elas que haviam contratado o serviço. Foi com o dinheiro delas que a amiga passou de rejeitada a fêmea mais realizada do mundo. Enquanto isso, continuavam a sair pela noite atrás de homens comuns, que até as satisfaziam na cama, mas não tinham a capacidade (e nem a vontade) de fazê-las felizes.

Até que, um dia, saíram todas para jantar. Sem papas na língua, Juliana logo interrompeu a amiga quando essa começava a contar de mais um colar de pérolas que havia recebido na noite anterior. E disse o que todas pensavam:

- Bianca, você já está há três meses com o José Antônio. Mas isso não está certo. Fomos nós que custeamos essa contratação. Nós decidimos que, ou você passa a dividí-lo conosco, ou vamos interromper o pagamento parcelado. A partir de hoje, é um dia para cada uma!

Se no passado se divertiam às custas da falta de tato de Bianca com os homens, naquele momento era claro que a inveja transbordava por cima da comida. Todas queriam ser Bianca um dia por semana. E, acuada, ela topou.

José Antônio não teve muita escolha e, por isso, também não criou entraves. Disse que estava disposto a bancar os luxos das cinco, a encarar de frente as cinco TPMs e que teria fôlego para todas elas. Só pediu uma coisa: folga aos fins de semana.

Venenosas, as cinco se juntavam aos sábados e domingos para conversar e beber. Sempre desconfiadas, não paravam de mandar mensagens para José Augusto, perguntando onde e com quem ele estava. Não queriam nenhuma vagabunda perto do seu homem.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A notícia: Na última terça-feira, Adriano faltou ao treino do Corinthians por conta do aniversáro da mãe, no Rio de Janeiro, o que irritou a diretoria. O clube aplicará uma multa ao jogador, tirando certa porcentagem de seu salário (que é cerca de R$ 380 mil) neste mês. Dizem que a parte que mais dói para um jogador é o bolso.


 O MULTADO MANSO

Aniversário da sogra. O compromisso inadiável mais odiável para grande parcela do mundo masculino. Sérgio, casado com Joana há dois anos, encaixava-se nesse grupo.

Obrigado pela amada, havia comparecido às últimas festas da rabugenta senhora. Mas, neste ano, seria diferente. Apesar de ter dito a Joana que iria ao jantar por volta das 21h, ao chegar no trabalho descobriu que a tradicional mesa de pôquer mensal havia sido marcada para aquela mesma noite.

Exitou, pensou, mas engrossou a turma do carteado. Após o expediente, ao chegarem ao bar onde fariam o jogo, notou que esquecera seu celular no serviço, local já trancafiado e com entrada proibida à noite. O jeito foi apostar e curtir o whisky, os charutos, os amigos e as risadas.

Risadas que Joana, na casa de sua mãe, não dava. Irritada, tentou localizar o marido pelo celular até às 1h. Sérgio deixou a mesa às 2h. Com R$ 500 a mais no bolso. Mas aquele não era um sinal de sorte.

A madrugada, já com todos em casa, foi de explicações. Deu desculpas variadas. Disse que ficou trabalhando até tarde, que deu uma "passadinha" no aniversário de um amigo, que o carro havia quebrado e que não pôde ligar pois estava sem celular.

- Não pôde me ligar? Sérgio, nós somos casados há dois anos! Como não sabe meu número de cabeça?

- Sou ruim com números, amor. Você sabe...- argumentou.

- Ah, você é ruim de números? Quantos gols o Borges fez no Brasileirão do ano passado? Quantos títulos estaduais tem o Santa Cruz? Que camisa o Viola usou na Copa de 1994? Quais as medidas de uma trave de futebol?

- Foram 23 gols, são 25 Pernambucanos, a camisa era a 21 e são 2,44m de altura e 7,32m de largura. Mas não tem nada a ver, uma coisa é uma coisa, outra coisa é...

- Cale a boca, Sérgio! Você terá uma punição! Vou te tirar 10%!

Vendedor de uma loja no shopping da cidade, Sérgio não tinha um alto salário. O dinheiro, quase contado, servia para pagar as prestações do carro e do apartamento. Disse que não daria nada a ela por conta dessa única falha. Mas, se soubesse da decisão de Joana, daria a ela todo o dinheiro do pôquer na mesma hora.

- Nesse mês, 10% do sexo que eu fizer não será com você!

Sérgio ficou chocado. Nunca fora punido de uma forma tão dura, tão cruel. Mas achou que Joana não fosse capaz disso, ignorou, levou como piada, foi dormir.

Assim, o dia seguinte e a sequência do mês foram normais. Não mais tocaram no assunto e levaram uma vida sexual saudável. Até que chegada de outubro colocou um ponto final na punição.

- Pronto, fim da multa. Volto a ser 100% sua. Mas que isso não se repita. Senão...

Em dúvida de tudo o que poderia ter acontecido naqueles 30 dias, Sérgio apenas concordou. Ela soube mesmo mexer na parte que mais dói em um homem: os chifres.

Desde então, o marido não esqueceu um compromisso sequer ao lado dela. Aniversários, batizados, formaturas, Natais, almoços de Páscoa...Não faltou em mais nada. Mesmo com os insistentes convites de alguns vizinhos mais jovens e bonitos que ele para jogos de pôquer justo nessas datas especiais. Apenas coincidência, é claro.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Foto: Paulo Pinto/AE

A notícia: Diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg sugeriu (em tom de ironia) na última semana que o Palmeiras, na rodada final do Brasileirão, entregasse as faixas de campeão ao Corinthians, caso o Alvinegro conquiste o título de forma antecipada, neste domingo. Os palmeirenses não gostaram da ideia.

A DAMINHA SEM HONRA

Desde os tempos de escola, Roberto e Caetano nutriam e cultivavam certa rivalidade. Comparavam notas e namoradas, lutavam para mostrar quem tinha a melhor condição social e até mesmo quem possuía o maior número de amigos no falecido Orkut.

Por três anos, Caetano namorou com Miriam. Amavam-se sem limites, até a jovem perceber que, se também entrasse na onda de compará-los, era mais vantajoso ficar com Roberto. E assim fez.

Após cinco anos de relacionamento, era o momento do casamento. Na correria dos preparativos, um problema surgiu. A um mês do casório, não haviam encontrado uma dama de honra que pudesse levar as alianças até o altar.

Sem amigos com filhas pequenas ou parentes de pouca idade, não encontravam uma solução. Dona Josefina, mãe da noiva, até fez sugestões:

- E a Aninha, filha daquela sua prima de terceiro grau que mora no interior?

- Sem chances. Essa menina é encapetada, coloca tudo na boca. É capaz de comer as alianças.

Os dias passavam, a cerimônia se aproximava, quando Roberto teve uma ideia. Provocativo e dono de si, lembrou de Caetano.

- Por que não o chamamos para levar as alianças ao altar? Quem sabe assim a depressão dele vira conformismo - provocou.

Surpresa, mas empolgada, Miriam achou que aquela atitude poderia dar fim à relação de ódio e competição dos dois. Procurou então o número de telefone do ex-namorado em uma agenda velha e começou a discar. Mas Roberto tomou-lhe o aparelho e fez ele mesmo a proposta indecorosa:

- Alô, Caetano? Aqui é Roberto. Eu e Miriam vamos nos casar em um mês. Pensamos em você como daminha de honra do nosso casamento, o que acha? Você nos leva as alianças até o altar e nos deseja felicidade. Seria uma boa demonstração de Fair Play da sua parte...

Caetano ficou em silêncio. Desde que perdera Miriam, nunca mais se envolveu em outra relação. Há cinco anos chorava em dezembro, quando percebia que os meses haviam passado sem que ele encontrasse alguém que a substituísse.

Mesmo humilhado e ofendido, disse que aceitava. Pensou que seria a última chance de encontrar Miriam antes de perdê-la de véu e grinalda. Podia até levar as alianças, mas não abria mão da vitória. Decidiu que, naquele dia, não haveria comemorações.

No posto de "daminha", ensaiou durante um mês um discurso que defendia sua honra. Na igreja, ao levar os anéis, parou na frente dela e disse tudo o que sentia. Um discussão áspera e suja entre Roberto e Caetano fez o padre cancelar o matrimônio, remarcado para dali a 30 dias.

Se Roberto ganhou o campeonato, Caetano triunfou naquela partida. Ninguém o julgou. Admitiram que um rival nunca passaria seu objeto de desejo a outro com sorriso no rosto.

No novo casamento, o ex-namorado sequer apareceu. A daminha de honra foi Aninha, a comedora de alianças. Foi ela quem estragou a cerimônia pela segunda vez.

terça-feira, 15 de novembro de 2011


A notícia: O América-MEX, segundo maior campeão da história do Campeonato Mexicano, com dez títulos, decidiu colocar todos os jogadores do elenco à venda depois da fraca campanha na temporada atual, na qual o time terminou na penúltima posição da competição nacional.

O MERCADO HUMANO

Ricardo tinha mil afazeres naquele dia. E uma festa de aniversário imperdível à noite, do outro lado da cidade. Chefe do departamento, pegou o telefone do gancho e discou o ramal de seu estagiário, planejando passar parte do trabalho a ele - cerca de 90%, nada que roubaria muito tempo do garoto.

O "tum-tum" ininterrupto do telefone, porém, potencializou seu grau de estresse, o que o fez se dirigir até a mesa do menino para lhe dizer poucas e boas. Mas ela estava vazia. Foi a gota d'água. Chamou sua secretária e foi perguntando:

- Onde está o Eduardo? Esse moleque está achando que trabalho é brincadeira?

Dona Rita sabia o paradeiro do desaparecido. Com 20 anos de empresa, nada do que acontecia naquele local não chegava ao conhecimento daquela senhora gorda de óculos arcaicos.

- Ele foi vendido!

A frase não fez sentido na cabeça de Ricardo. Vendido como? Era só um menino de 18 anos, com fluência em inglês e dificuldades para grampear documentos com mais de 30 folhas. Mas a coisa era real.

- Pois é, vendido. Chegou uma boa proposta pelo garoto. A nossa concorrente estava de olho nele já há alguns meses. Sabem que nossa base é boa, que passamos bons ensinamentos. E viram talento no Dudu. Ele passou hoje de manhã aqui, pegou seu álbum de figurinhas do Campeonato Brasileiro que estava na gaveta, se despediu e partiu.

Ricardo ficou chateado. Não que tivesse algum grande carinho pelo menino, mas sentiu que a empresa perdia ali uma grande promessa. Ninguém pegava café como Dudu. Ninguém tirava xerox como aquele jovem de corpo franzino.

Era fim de ano, o mercado estava agitado. Ricardo pegou o telefone e ligou para um olheiro. Precisava de um novo estagiário. A festa de aniversário ficava para o próximo ano.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011


A notícia: Em sua volta ao Beira-Rio, o atacante Rafal Sóbis marca o gol da vitória do Fluminense contra o Internacional, clube que o projetou para o futebol. Na saída de campo admite que sentiu  "uma dor enorme no coração" e que preferia que o gol fosse de outro.

PROFISSIONALISMO ACIMA DE TUDO

Apaixonados, namoraram por alguns longos anos. Ela romântica, cuidadosa, metódica. Ele inquieto, desbravador, sonhador. Por mais que o sentimento existisse e fosse intenso, a curiosidade por conhecer outras bocas e cabeças atordoava o garoto. Eram o primeiro amor um do outro.

Desde o início da relação, frenquentavam a "Casa Vermelha", famoso bar e restaurante da pacata cidade, local em que jovens daquela faixa etária batiam cartão para ouvir uma música que mexesse com a alma e com os corações.

Foi por ali que certa noite o rapaz trocou olhares com uma outra bela mulher. Linda, mais velha do que ele e com jeito persuasivo, capaz de convencer até um suicida a jurar amor eterno.

A caminho do banheiro, bastaram duas frases para um novo encontro ser marcado. A namorada nem desconfiou. Mas ali perdia pela primeira vez o seu companheiro.

De romance paralelo, a coisa virou aventura única. Dali, o jovem partiu para um mochilão na Espanha com a nova musa, deixando para trás tudo o que havia construído com a antiga amada.

Os anos passaram e, após todo o sentimento longe do Brasil, tudo desabou da forma como começou: de repente, sem explicações razoáveis, no impulso.

De volta à suas origens, aproximou-se do primeiro amor em uma festa e tiveram dias maravilhosos. Mas o tempo passou, muita coisa mudou. Foi um efêmero reencontro.

Em nova fuga, se apaixonou novamente, desta vez no Rio de Janeiro, por uma graciosa jovem das Laranjeiras. Tudo ia bem até uma viagem com a nova namorada a sua cidade natal, num desses feriados prolongados. O programa do sábado à noite? Um choppinho na "Casa Vermelha", ao som da tradicional moda de viola.

Um beijo apaixonado. Ao abrir dos olhos, porém, teve a visão inesperada. O antigo e eterno amor estava ali, sentado na mesa da frente, com olhares fixos no passado, sofrendo pelo presente e sem perspectiva de futuro.

Não havia o que comemorar e nem porquê sorrir. Ele pediu a conta, chamou o amor recente e partiu. Sentiu uma dor no coração. Mas o profissionalismo falou mais alto. Nada como a frieza de um amante profissional.